Ashley Madison: o escândalo do app de traição que virou série fenômeno da Netflix (2024)

Aplicativo de relacionamentos para quem já tem um relacionamento é o centro de uma das séries documentais mais vistas do mês de maio na Netflix

  • Por: André Mello

21 mai 2024 - 03h00

(atualizado às 09h37)

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Ashley Madison: o escândalo do app de traição que virou série fenômeno da Netflix (1)

A busca por um relacionamento é algo que diariamente passa pela mente de solteiros ao redor do mundo, mas existem muitos daqueles que já têm alguém, mas ainda continuam pensando em "pular a cerca". Esse desejo, aliado à tecnologia, acabou gerando o tema de Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo, uma série documental que se tornou um sucesso na Netflix no mês de maio de 2024.

A série mostra o impacto na vida de usuários de um app de relacionamento voltado para pessoas casadas e o vazamento de informações que expôs milhões de pessoas ao redor do mundo, acabando com casamentos e famílias no processo. Em três episódios, a minissérietraz um panorama, desde a criação do site, até as polêmicas envolvendo o seu vazamento.

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O que é o Ashley Madison?

Criado em 2001, nos Estados Unidos, Ashley Madison é o nome de uma plataforma de relacionamentos extraconjugais. A ideia é organizar troca de mensagens e encontros entre homens e mulheres que estejam casados com outras pessoas e queiram ter algo "por fora".

Com o passar do tempo, o site foi ficando mais popular, sendo lançado em outros países, como no Brasil. Em 2021, de acordo com a empresa Ruby Life, o país foi um dos mais ativos no aplicativo, disponível para Android e iOS, com uma média de 63,3 mil novos cadastros por mês, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A plataforma é gratuita para usuárias femininas, mas os homens precisam criar uma conta como convidado e, em seguida, comprar pacotes e créditos para enviar mensagens para outros perfis. Os valores desses créditos são disponibilizados a partir de R$ 179,90.

Durante anos, a plataforma foi alvo de críticas não somente pelo seu modelo de serviço, mas também pela quantidade de bots criados pela própria empresa para aumentar o volume de perfis que os usuários poderiam encontrar.

Em 2012, uma funcionária brasileira da Ashley Madison processou a empresa por ter desenvolvido um caso de LER por conta de sua função. Seu trabalho era preparar a versão brasileira do serviço, tendo que criar milhares de perfis falsos em um período de três semanas para atrair usuários para a plataforma.

O processo acabou sendo recusado após a companhia ter acusado a funcionária de ter mentido sobre seu caso, apresentando fotos suas esquiando logo após ter movido a ação. Além disso, ela teria levado documentos confidenciais da empresa.

Vazamento de dados afeta milhões ao redor do mundo

Ashley Madison: o escândalo do app de traição que virou série fenômeno da Netflix (6)

Em julho de 2015, o aplicativo foi hackeado por um grupo que alegou que a segurança do serviço era fraca e, por isso, roubou informações pessoais e toda a base de dados dos usuários. Caso o site não fosse imediatamente fechado, nomes, endereços, histórico de buscas e informações de cartão de crédito seriam divulgados.

Como o site não foi fechado, em agosto de 2015, aconteceram dois grandes vazamentos, um de 13 GB de dados e outro com 19 GB. Alguns dos usuários que foram afetados receberam mensagens de extorsão de 1,05 bitcoins— o que era aproximadamente US$ 230 na época— para que as informações não fossem enviadas para seus cônjuges.

Analisando os dados vazados, a jornalista do site Gizmodo, Annalee Newitz, publicou uma série de matérias sobre a quantidade considerável de bots se passando por perfis femininos na plataforma. Segundo Newitz, mais de 70 mil bots mandavam mensagens a usuários masculinos e apenas 12 milem um universo de 5,5 milhões de perfis de mulheres no aplicativo de fato o usavam normalmente.

Apesar de não existirem dados exatos sobre o impacto do vazamento, acredita-se, através de publicações e relatos em redes sociais, que a descoberta do uso do aplicativo de relacionamentos extraconjugais pode ter desfeito diversos casamentos ao redor do mundo. Até porque havia sites destinados apenas a ver os nomes dos usuários.

Entre os casos mais lembrados sobre o hackeamento do Ashley Madison, é possível destacar o de John Gibson, pastor e seminarista de Nova Orleans que era um usuário do aplicativo.

Casado e com dois filhos, a exposição de Gibson entre os usuários fez com que ele tirasse a própria vida poucos dias após o vazamento de dados. Em uma carta deixada para a família, ele mencionou sua batalha contra a depressão, sobre o fato de seu nome estar na lista do site e pedia perdão a todos.

Em entrevista à CNN, sua esposa comentou que o caso não era tão grave que a família não o perdoasse, mas para Gibson, isso era uma vergonha pesada demais para carregar, e que ele provavelmente temia perder a família e inclusive o emprego.

A empresa por trás do site Ashley Madison, Avid Life Media, lamentou a morte de Gibson, apontando o caso como um lembrete que a invasão da empresa e a divulgação dos dados de seus consumidores trouxe consequências reais para as vidas de várias pessoas inocentes. Outros casos de suicídios por causa da exposição também foram registrados na época.

O site Ashley Madison continua em atividade e, segundo informações de 2020 divulgadas pela empresa, conta com mais de 70 milhões de usuários ao redor do mundo.

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